quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O Fracasso da República!!!

O FRACASSO DA REPÚBLICA



A República ao ser  proclamada a 5 de Outubro de 1910,  depois de uma revolta militar apoiada pela carbonária, veio precipitar Portugal no caos político, social e económico.

A tentativa de assassinar El-Rei Dom Manuel II foi frustrada com a ida para Mafra, mas deixou as suas marcas no Palácio das Necessidades.

O ódio jacobino que se seguiu contra a Igreja foi outra vergonhosa página da intolerância republicana.

A instabilidade dos  Presidentes da República e de seus mandatos:

1º - Manuel  Arriaga - Obrigado a renunciar (1915)
2º - Bernardino Machado - Impedido de acabar o mandato (1918)
3º - Sidónio Pais - Assassinado (1919)
4º - Canto e Castro - Não se recandidata pela desilusão da vida política.
5º - António José de Almeida - Não se recandidata amargurado com a marcha da vida política.
6º - Teixeira Gomes - Renuncia
7º - Bernardino Machado - Impedido de acabar o mandato (1926)


As consequências da proclamação da República, demonstram  a crise profunda onde os ideólogos republicanos mergulharam o País.
- Agitação social, religiosa e laboral
- Incurssões da Galiza (1911-12)
- Estado de Sítio (1912)
- Insurreição de 17 de Abril de 1913
- Movimento das Espadas ( Janeiro de 1915 )
- Revolução de 14 de Maio de 1915
- Revolução de 5 de Dezembro de 1917
- Revolução de Santarém ( 10 de Janeiro de 1919 )
- Revolução do Porto ( 19 de Janeiro de 1919 )
- Revolta de Monsanto ( 22 de Janeiro de 1919 )
- Estado de Sítio (1919)
- Revolução de 19 de Outubro de 1922
- Revolução de 18 de Abril de 1925
- Revolução de 28 de Maio de 1926
- Ditadura

 

Republicanos constatam que a República não é sinónimo de democracia


- Guerra Junqueiro ( finais de 1911), “ Já hoje, se fosse possível fazer um plebiscito ao País, não com papeis mas dentro da consciência de cada um, na escuridão do seu quarto, a maioria monárquica era esmagadora. Havia menos republicanos do que antes do 5 de Outubro.”

- António Sérgio, “ A propaganda republicana não passava de formalismo político ( de simples negação, por assim dizer, da Monarquia e do Clericalismo ) sem conteúdo concreto reformador na economia e na educação. Nem se aperfeiçoou a economia existente, nem se democratizou realmente nada.”

Apesar do quadro  que apresentámos, onde os factos não podem mentir, insistem ainda alguns em continuar a comemorar da varanda o 5 de Outubro. Para os taís aqui deixamos sobre a efeméride as palavras de Francisco Sousa Tavares:

“ Não irei àquela cerimónia fúnebre que todos os anos se repete na Praça do Município. E se fosse iria de gravata preta, porque acto tão triste, ali, só pode ser para que não esqueça a memória de um Rei e de um Príncipe vilmente assassinados”

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Dia de Luto


Nesta data que perfaz cem anos da queda da Monarquia, estamos de luto, e não poderiamos estar de outro modo, pois Portugal desde há cem anos geme de dores, como um órfão que perde o Pai, a Família, enfim as suas referências, os seus valores.

Iniciamos hoje com um renovado fôlego, uma intervenção no campo das ideias políticas, vislumbrando novos caminhos onde possam outra vez surgir com sentido as palavras Honra, Verdade, Dignidade.

Temos que trilhar novos rumos para redescobrir a verdade, continuamente ultrajada pela propaganda paga à custa do sangue de muitos. É preciso dizer basta! É preciso dizer não ao branqueamento da História!

Antes de trilharmos esse árduo caminho é necessário arrumar a casa, retirar tudo aquilo que não presta, que não tem utilidade, depois limpar todos os cantos, a começar pelos mais escuros, até por fim ao pó, que insiste em continuar agarrado a tudo, e que há muito tem impedido os monárquicos de respirar!

Os Algozes da Monarquia


OS “monárquicos” - ALGOZES DA MONARQUIA


Francisco Herédia (Visconde da Ribeira Brava)

1 - Os Mandantes do Regicídio
José d’Alpoim e Francisco Herédia (Visconde da Ribeira Brava)


(Jorge de Morais, “Regicídio a contagem decrescente 100 anos (1908-2008), Lisboa, 2007, Páginas 128 e 129).

“Em Dezembro de 1907, o grupo dissidente de José de Alpoim aborda o armeiro Gonçalo Heitor Ferreira, com loja junto à estação do Rossio. Heitor “era um republicano convicto [...], filiado na Maçonaria e membro da Carbonária”.
“(...) Em resultado da abordagem dissidente, Gonçalo Heitor de imediato encomenda à Casa Monkt, de Hamburgo (representante da marca Winchester na Europa), 9 carabinas Winchester semiautomáticas de calibre 351.”
“(...) As carabinas chegaram a Lisboa ainda antes final do ano e (à excepção de 3, vendidas a outros clientes) foram reservadas para o seu comprador e pagador, Francisco Herédia, Visconde da Ribeira Brava, que as levantaria em meados de Janeiro. Com as Winchester vem igualmente um lote de pistolas FN-Browning de calibre 7,65. Pelo cotejo dos números de série, foi possível determinar que destes lotes saíram as duas principais armas usadas no regicídio duas duas semanas mais tarde: a Browning nº 349-432 de Alfredo Costa e a Winchester nº 2137 de Manuel Buíça (Miguel Sanches de Baêna, Diário de D. Manuel, pp. 143-144).
José de Alpoim

(Jorge de Morais, op. Cit., Página 130)

Alpoim sabia-o melhor do que ninguém: ele próprio presidiu, ainda em finais de 1907, “numa casa da Costa do Castelo”, à reunião de um grupo restrito de 30 membros da “Coruja” em que pela primeira vez se falou de um plano concreto para assassinar o Rei – plano cujas “linhas de fundo [...] ele próprio traçou e orientou” (Miguel Sanches de Baêna, op. Cit., p. 137).


(Miguel Sanches de Baêna, op. Cit., p. 139)

“ O plano do regicídio começa a ser desenvolvido por Alpoim e toma foros de realidade no seio da Coruja, à qual não era estranha a presença do visconde da Ribeira Brava (Francisco Herédia). Ali definem uma estratégia a seguir que seria naturalmente apoiada pela restante Carbonária. E numa reunião algures numa casa na Costa do Castelo, presidida por José de Alpoim e onde, para além do visconde da Ribeira Brava se encontravam trinta pessoas, foi comunicada a decisão de se matar o Rei.”


(Carlos Loures, “A Carbonária, a «Coruja» e a conspiração do Regicídio – 1”, www.aventar.eu).

“A verdade completa sobre o Regicídio, dificilmente virá a ser conhecida. Com o desaparecimento do respectivo processo, restam as conjecturas, as suposições, as teorias. José de Alpoim disse em diversas ocasiões «Só há duas pessoas em Portugal que sabem tudo – eu e outra». Soube-se depois que a pessoa a quem ele se referia era ao visconde da Ribeira Brava.”



2 - Monárquicos com responsabilidades na queda da Monarquia


Ferreira do Amaral

(Abilio Magro, “Revolução de Couceiro”, Porto, 1912, Página 7)

“(...) Nojo das baixas transigencias para com os republicanos, inimigos confessos do regimen que então se defendia e de que foi unico culpado o primeiro governo do senhor D. Manuel II e especialmente o seu presidente, o makavenko almirante Ferreira do Amaral.”


(Abilio Magro, op. Cit., Página 13)

João Coutinho alguma culpa tem nos sucessos que concorreram para a queda da Monarquia, porque sendo governador civil de Lisboa no ministério de Ferreira do Amaral e sabendo-se que valia bem mais do que este... devotado amigo do Rei, a quem D. Manuel entregára os destinos do paiz, devia, com o seu intelligente conselho, elle que conhecia toda a organisação revolucionária do paiz, demover o presidente de muitas idiotices e algumas até criminosas, que muito contribuiram para, mezes depois, ser destituido o regimen e desthronado o Rei, que tanto confiou nas suas makavencas palavras !”


(Abilio Magro, op. Cit., Páginas 15 e 16)

“(...) E porque não se publicou o processo sobre o regicídio e se não prenderam alguns dos seus executores?
Por uma requintada covardia dos monarchicos, por medo de que esse acto occasionasse... uma revolução ! Assim o disse o proprio Ferreira do Amaral, presidente do conselho !...
Nunca cheguei a perceber até onde pretendia chegar... o arguto chefe do governo! ...”



Marquês de Lavradio

(Abilio Magro, op. Cit., Páginas 22 e 23)

“ Mas El-Rei o Senhor D. Manuel não foi só infeliz com as pessoas que chamou para presidirem aos vários governos do seu curto reinado !
Até escolhendo o seu secretário particular, que deveria ter sido um homem de reconhecido talento, demonstrou grande infelicidade que o perseguia: o Marquez de Lavradio, que fôra companheiro de infancia do Monarcha, poderia ser, para que nega-lo, um bom official de marinha, mas... um regular mentor de um Rei, jovem e inexperiente, nunca !
A esse aristocrata, em um dos dias anteriores ao 5 de Outubro, referi eu: - Olhe, Marquez, disse-me no Porto o republicano X... (é hoje hum alto funcionário administrativo da republica) com quem fiz um passeio de carruagem até Matozinhos, que está para breve uma revolução, em que ha seguras probabilidades de victoria republicana.
O sympathico e aloirado titular, com o qual falei do assumpto em plena avenida da Liberdade, junto á travessa que nos conduz ao largo da Anunciada, ligou tanta importancia á minha segura confidencia, como outros que tinham tambem por obrigação defender o regimen deposto, a ligaram a tantas mais de que eu tinha sido portador !...
Lembro-me até que o maçou a minha presença, que me recebeu com ar enfadado, que me disse estar de licença e não ir por isso ao Paço !...
Por fim... sorriu-se, entendendo ser melhor ir divertir-se para o Turf Club, do que ter o incommodo de se dirigir às Necessidades e alguma coisa dizer a seu Amo e Rei !”


(Continua)